Maré parada
Quando te olho
o teu olhar fica mais azul
porque o pinto de céu e de mar
com mil oceanos dentro.
As pupilas aureoladas de neve
são barcos navegando
num curvilíneo horizonte
onde as águas pararam.
Entro para boiar na onda que passa.
Trémula, cintila, brilha, e reflecte o infinito
escondendo no meio do silêncio
as palavras que não ouço mas desejo.
Então, solto o coração e na lágrima represa
da maré parada, pouso um beijo.
Donzília Martins
9/02/08